quinta-feira, junho 02, 2005

Amar a flor

Nunca pensei em ver-te partir daqui
Nunca esperei amar-te sem sentir
Estas noites passaram tão caladas
A lua disse, não ouvi, tava parado
Pensando em ti, nos anos que tens a partir
Da boa vida que eu tinha sem te ver
Dos copos lisos que hoje eu os guardei
Da roupa suja e da lágrima que eu sequei

Fechei os olhos, deixei de acreditar
A cada passo que eu dou chego a teu lugar
Amor tão cedo, viraste-te pra vida
Do meu desejo, beijar-te às escondidas

Nosso passado é vulgo alucinação
Passam-se os anos, não te vi, só solidão
Pra esta terra onde cheguei, conspiração
Guardava o fundo da minha vida
E tu, a chave do meu coração

Não há prazer, só amor e dedicação
Cabelos lisos, cacheados, promessa de perdão
Aos secos ou molhados, de pé ou deitado
Palavras te falei, com o olhar eu as ditei

Pequena realidade, olhos do tempo
Cortina de cristal, espelho do meu céu
Tapete de amor com sabor à realidade
Molhavam os meus lábios, tua boca que saudade

No campo, na areia, vi no rio o mar de sombras
Acordavas pra esta vida
Que acordavam pra esta vida, minha menina
Não vás, não deixe de pensar no que falei

Rotina é viver o que vivi
Saudade é pensar no que perdi
Detalhes são poemas do amor
Eu queria ser teu verso minha flor!

Ígor Lopes